sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Seu nome é esperança


Não há nada tão bom quanto poder observar as árvores dançando ao ritmo do vento. Pra lá e pra cá, pra cá e pra lá.

Sentada na rede, ela se encanta com a beleza das flores de todas as cores.


No jardim a sua frente, as cores se misturam.

Passarinhos bicam a grama em busca de algo que lhes apeteçam.

Outros voam pousando nos galhos das árvores frutíferas.

O verão se aproxima, mas o dia está bem fresquinho.

A gata dorme sobre o banco aproveitando o solzinho, enquanto o cachorro caminha entre as plantas.

Ela sente a paz do lugar. O único som naquele recanto é o canto dos pássaros.

Uma tranquilidade indescritível invade a sua alma.

O ano está findando e o ano que se aproxima lhe trará esperança.

Na sua calmaria ela só deseja saúde plena e agradece por tudo o que tem, principalmente pela família.

Que a cada despertar ela possa admirar a beleza das flores, sentir a brisa em seu rosto, ouvir o canto dos pássaros no silêncio da tarde, receber o abraço carinhoso do filho e da neta a cada encontro. 


PS: Este texto foi escrito dias antes do calor infernal começar. As flores não estão suportando o sol intenso. Os pássaros estão sumidos, apenas um e outro sobrevoam o quintal.

Se esta é uma amostra do quem vem por aí, o verão promete!


Obrigada pela visita,

Cidália.












sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Não era para ser





Uma viagem esperada há meses. O sonho de conhecer o Arraial do Cabo e Búzios seria realizado. A primeira viagem onde as quatro amigas ficariam no mesmo quarto.

 Poucos dias antes uma infecção no ouvido apareceu para por fim ao sonho. Com medicamentos na hora certa seria impossível passar a noite dentro do ônibus.

Os efeitos colaterais do antibiótico levaram ao desânimo. O jeito era desistir da viagem. Nem sempre as coisas acontecem da maneira que planejamos.

Conclusão: os planos de Deus nem sempre são os mesmos da gente. Não era para ser. Não era para acontecer.

Se for para conhecer as maravilhas do Arraial do Cabo outra oportunidade surgirá. Talvez, não com as mesmas amigas, porque elas já foram, mas com outras pessoas, novas amizades.

Desta vez, o jeito foi apenas contemplar as fotos das amigas. Conhecer os lugares magníficos através dos olhos delas, companheiras de algumas viagens.

Assim é a vida. Lembrei de uma prima que desistiu da viagem para Fortaleza, na véspera, por causa da mãe que estava com pneumonia.

Desta vez a mala continuou no seu canto, adormecida, enquanto a vontade de viajar foi substituída por uma leve tristeza.

Tristeza que se dissipou logo que as primeiras fotos foram visualizadas. Bastou olhar a água azul do mar para voltar a sonhar com o Arraial do Cabo.


Frases da amiga Sara:

Curtindo a noite em Búzios. Viajo, logo...quero viajar de novo e de novo e de novo e de novo.

Praia do Forte, o Caribe brasileiro. QUEM É QUE NÃO AMA VIAJAR?

Rua Dos Biquínis e Mirante de Nossa senhora da Guia. As pessoas não fazem viagens, as viagens fazem as pessoas. Por isso uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes.


Sua visita me deixa muito feliz, obrigada!
Cidália,
Beijos!

sábado, 24 de novembro de 2018

Desnorteada


Ao passar pela rua dela, Anita a vê sentada no degrau da escada brincando com o cachorro. Anita não para, está de carro com o marido. Porém, aquela cena não sai da sua cabeça.

Provavelmente ela está cansada de ficar mofando dentro de casa com tanta chuva e está aproveitando para pegar um solzinho. Como não tem com quem conversar, ela conversa com o cachorro. Ele é o único que a ouve.

Enquanto o vaivém nas ruas é intenso na pequena cidade, por conta das promoções do mês, ela está lá em seu refúgio sem ter o que fazer.

O único passo que ela dá é até a área da frente, onde senta-se para tomar um sol de vez em quando. Nem até o portão ela caminha mais, pois suas pernas estão bambas. Ela sente-se desnorteada.

Quem é que se preocupa com ela? Nem ela mesma se preocupa consigo. Ela não vive, apenas sobrevive.

Anita imagina o que passa na mente daquela, que um dia foi uma pessoa ativa, trabalhadeira e vaidosa. Onde foi parar aquela mulher? O que a fez desistir de si?

Será que ela não sente saudade da pessoa que foi outrora? Ela poderia estar, como tantas outras da sua idade, fazendo alguma academia. Poderia estar organizando uma viagem com as amigas.

Por falar em amigas, onde elas foram parar? Ela não fazia parte de nenhuma rede social. Ela sequer fazia ideia do que vinha a ser curtidas e seguidores. Ela não tinha celular ou computador.

As “amigas” esqueceram dela. Ela lembrava de algumas, mais chegadas. Sabia que umas tinham se mudado para outra cidade. Mas, e aquelas que continuavam morando nas proximidades? Será que tentaram se comunicar com ela?

Anita pensa naquela mulher e imagina como seria a sua vida se ela estivesse participando das redes sociais. Certamente ela teria centenas de “amigos”, mesmo que tudo não passasse de uma doce ilusão. Muito melhor do que estar ali, sozinha, sem ter com quem conversar.

Nas redes sociais ela poderia se distrair ao invés de ficar ali jogada às traças.

Pena que Anita não podia fazer nada por ela. Anita não fazia parte da família, não podia se intrometer. Anita podia somente observar e lamentar cada vez que a via. Ela havia desistido de ser feliz.

O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo.



Grata pela visita!

Um abraço,

Cidália.




sábado, 17 de novembro de 2018

Assédio


Músico de sucesso, Elton tinha uma legião de fãs e muitos amigos. Ele dividia o tempo livre com a família e com suas amizades. Apesar da idade avançada, já estava beirando os sessenta e três anos, seus shows ainda atraíam uma multidão. Ele era presença confirmada em muitos eventos.

Elton era um cara boa pinta como diziam as mulheres. Os cabelos grisalhos o deixaram mais charmoso ao longo do tempo. Seu corpo ainda mantinha o porte atlético. As caminhadas matinais eram sagradas quando estava em casa. Durante as turnês o tempo era corrido, mas sempre que possível Elton saía para sua caminhada.

Quando ele estava com os amigos passavam a noite na balada com muita bebida e mulheres. Elton atraía até mesmo as jovens com sua boa aparência. Tinha fama de galanteador. Sua esposa nunca foi ciumenta. Ela sabia que tinha casado com um ídolo. 

No seu aniversário de sessenta e três anos Elton reuniu os amigos numa boate. Ele não levou a esposa. A comemoração com a família havia acontecido no almoço. 

Na boate a diversão rolou até de madrugada. Muita música, bebida e mulheres, como sempre.

Nessa noite algo aconteceu que mudou a vida do músico. Depois de muitos drinques, Elton deu em cima de uma garçonete assediando-a com gestos obscenos. A moça foi pega de surpresa ao lhe servir uma bebida. 

Uma outra garçonete filmou a cena deprimente onde mostrava a colega de trabalho tentando escapar das mãos abusadas de Elton.

Quando os amigos do músico se deram conta do que estava acontecendo, o tiraram da boate e o levaram para casa.

Na manhã seguinte Elton acordou com a notícia dada pela esposa de que um vídeo onde ele aparecia assediando uma garçonete estava “bombando” na internet.

Elton não se lembrava de ter feito aquilo, porém, ele não tinha como negar seus atos. Teria que arcar com as consequências. Sentiu-se envergonhado diante da esposa. O que diriam seus dois filhos que moravam no exterior ao ver aquele vídeo?

Seu advogado procurou a vítima para negociar com ela. A moça resolveu não dar queixa e disse que a colega postou o vídeo sem a autorização dela. Ela não quis em momento algum passar por aquela exposição. Sabia que o que o músico fez era crime, mas entendia que ele estava bêbado. Ela não aceitou o dinheiro que o advogado ofereceu. Dinheiro nenhum a faria esquecer a humilhação pela qual passou naquela noite. Mesmo assim não queria que o músico pagasse por uma atitude impensada. Sua mãe era fã dele.

O vídeo foi retirado da internet, porém para Elton, as consequências foram terríveis. Apesar do pouco tempo que o vídeo ficou no ar, foram muitas visualizações. A mídia manteve a notícia por algumas semanas.

A partir daquele dia o músico começou a perder seus fãs. Os convites para os shows diminuíram gradativamente, até que cessaram de vez por falta de público. Os fãs, antes tão participativos, encontraram outro ídolo.

Até seus amigos desapareceram. Nenhum telefonema, nenhum convite para as festas, nada. Parecia que haviam armado um complô contra ele. Seu nome caiu no esquecimento. 

Um ano depois do ocorrido o músico estava à mercê da própria sorte. Somente a família continuava ao seu lado. Seus filhos telefonavam regularmente prestando-lhe solidariedade.

A depressão tomou conta de Elton. Seria muito melhor que ele tivesse pago na justiça pelo crime de assédio. O preço que ele estava pagando era muito alto. Ficou sem amigos e sem seus fãs. Suas músicas não eram mais tocadas. Se não fosse o apoio da esposa que o aguentava no dia a dia, o que seria dele?

O músico de sucesso agora era um pobre coitado, pois perdera o prestigio, a fama e até mesmo o respeito. O que um ato inconsequente foi capaz de fazer com a vida de uma pessoa! Ah, se Elton pudesse voltar no tempo!

Cada pessoa é responsável pelos seus atos e tem que lidar com as consequências, sejam elas quais forem. 



Obrigada pela visita, seu comentário é muito importante para mim.



Um abraço, 

Cidália.


sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Aniversários


Somente hoje, dia 02/11, me dei conta sobre duas datas importantes. A primeira, o aniversário do blog, que completou três anos no dia 23/10. A segunda foi o aniversário da minha aposentadoria. Seis anos se passaram desde que a notícia foi publicada no Diário Oficial no dia 01/11/12.

Por que comentar sobre as duas datas? Porque as duas datas estão relacionadas.

A criação do blog partiu de uma sugestão do meu filho para eu fazer o que gosto, que é escrever, e assim preencher meu tempo ocioso.

Por três anos após a aposentadoria me dediquei somente ao trabalho doméstico e à leitura, meu passatempo preferido.

Logo nos primeiros meses do blog participei ativamente de muitos grupos de interação. Atualmente, as interações estão num ritmo mais vagaroso. 

Nessas interações troquei curtidas e comentários com muitos blogueiros. Alguns se afastaram, porém muitos continuam ativos.

Da família, a única pessoa que me acompanha desde o início é a minha irmã. Ela lê e comenta todos os textos e contos que escrevo, além de compartilhá-los.

Quanto aos amigos reais, alguns acompanham meu trabalho mesmo não deixando comentários no blog. Minha irmã criou um grupo e é lá que esses amigos deixam suas opiniões.

Além do blog com 773 seguidores, mantenho uma página no Facebook com 1.200 seguidores.

Posso dizer que estou muito feliz por ter criado o blog e através dele ter “conhecido” muitas pessoas bacanas, blogueiros compromissados e dedicados com seu trabalho.

Meu blog continua do mesmo jeito que foi criado. Vejo muitos blogs com Layouts legais, bonitos e o meu continua igual. Quem sabe uma hora dessas eu resolva fazer umas mudanças por aqui!

Espero continuar tendo assunto e ideias para manter o blog por muito tempo. Dei um tempo com as histórias em capítulos, mas pretendo voltar a escrevê-las no ano que vem.

Só tenho a agradecer todos os leitores que já passaram e aos que passam neste meu cantinho.

Durante esses anos recebi muitos comentários incentivadores que aumentaram a minha vontade de continuar escrevendo.

Enquanto as ideias surgirem estarei postando uma vez por semana ao menos um texto, reflexivo ou sobre um passeio. 

Um carinhoso abraço a cada um de vocês!

CIDÁLIA



sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Domingo de primavera




Quem é que não gosta de passear? Meus domingos geralmente são iguais quando estou em casa. Missa na parte da manhã, almoço e TV. Se o dia está ensolarado, um livro é uma boa companhia para ser lido no jardim.

Porém, no domingo 21, surgiu uma viagem bate e volta a Curitiba. No roteiro, alguns passeios legais.

A noite foi mal dormida, o celular despertou uma hora antes, achei que tivesse feito algo errado na hora de colocar o alarme para despertar.

Ao chegar à rodoviária ouvi comentários sobre uma pane nos celulares. Cheguei a pensar que tinha perdido o ônibus.

No entanto, uns dez minutos depois do combinado, o ônibus chegou. Sentei-me ao lado de minha amiga e entre conversas e cochilos, fizemos uma ótima viagem.

Uma parada para o café e logo depois o motorista nos deixou para o primeiro passeio, uma feirinha. Uma das guias da excursão nos deu uma hora. Pouco tempo para ver tanta coisa bonita. Ainda bem que não sou consumista. Apenas admirei os belos trabalhos no curto espaço de tempo.

Saindo dali fomos ao Jardim Botânico. Teríamos que desfrutar daquela beleza por uma hora.







Confesso, que a princípio, eu esperava mais daquele lugar. Penso que pelas fotos que eu via minha expectativa era grande. Mesmo assim achei o lugar muito inspirador.

A próxima parada foi para o almoço, num restaurante em Santa Felicidade. Comida italiana. Após o almoço visitamos uma vinícola e uma loja de chocolates.












Ainda havia mais um parque no roteiro, o parque Tanguá. Pena, que sobrou apenas meia hora para ficarmos lá. Eu e minha amiga achamos o parque lindo.













Às 17 horas já estávamos no teatro para assistirmos uma peça infantil. Na nossa turma havia apenas três crianças, mas no momento em que a peça começou, a criança dentro de nós despertou. Gostamos muito da apresentação dos Saltimbancos. O espetáculo foi ótimo.



Na volta para casa, uma parada no mesmo restaurante que paramos de manhã.

E entre conversas e cochilos, todos cansados, mas felizes, voltamos já pensando na próxima viagem.

Toda viagem é um pouco cansativa, porém, nossa memória volta com novas bagagens!

Obrigada pela visita,

Cidália.