domingo, 29 de novembro de 2015

Paixão inebriante



Meados da década de setenta, no sul do Brasil, numa cidade perdida no mapa, vivia Isabel com o marido e a pequena Sofia, de seis anos de idade.
Era uma família aparentemente feliz. O esposo, Roberto, era agricultor e ela lecionava numa escola da periferia. Era alfabetizadora.
Isabel era uma jovem senhora, sonhadora e romântica. Numa festa da uva que aconteceu na cidade, ela conheceu Marcos, um jovem espanhol, muito simpático e sedutor.
A partir daquele dia, ela passou a agir como uma adolescente. Até mesmo no trabalho, ficava com a cabeça nas nuvens. Não conseguia tirar o Marcos do pensamento.
Em casa, mal cuidava da filha e do marido. Sempre que podia, dava um jeito de se encontrar com o rapaz, que estava passando férias na casa de parentes.
Marcos fez a ela muitas promessas, mesmo sabendo que era casada e tinha uma filha. Em pouco tempo, Isabel estava completamente apaixonada. Recebia dele todos os carinhos que não recebia do marido, que era um homem de poucas palavras e ações.
Enquanto Marcos era romântico, ardente e apaixonado; Roberto era rude, calado e mais atencioso com a filha.
No penúltimo encontro dos dois, Marcos a convidou para ir embora com ele. Ela tinha, apenas, um final de semana, para tomar a decisão mais importante da sua vida.
Desde o telefonema do Marcos, na sexta-feira a noite, Isabel ficou desnorteada, mais ainda do que já estava nos últimos dias.
O marido percebeu que ela estava diferente. Desde que chegou do trabalho, que Isabel não dissera uma palavra. Não fizera o jantar e nem sabia onde a filha estava.
A menina, vendo que a mãe parecia ausente, aproveitou para ir brincar na casa  da vizinha.
Roberto ligou para as amigas da filha e foi buscá-la, quando descobriu onde ela estava. Ele mesmo preparou o jantar.
Isabel passou a noite em claro, pensando na escolha que faria. Continuar com a sua família ou ir embora com o Marcos? Levar a sua vida rotineira ou viver uma aventura com alguém que acabara de conhecer?
No dia seguinte, levantou cedo com o telefonema do Marcos. Ele estaria esperando por ela na rodoviária no domingo após o almoço. Pegariam o ônibus às 15 horas para São Paulo, onde ele estava morando.
Sem querer, Roberto ouviu a conversa e ficou desesperado. Então era por isso que sua esposa estava diferente? Ela estava tendo um caso? Com quem? Não conseguia imaginar! Eles estavam planejando uma fuga? Ela teria coragem de abandonar a filha?
No final do dia, pensou em perguntar a ela o que estava acontecendo, não estava aguentando tantas dúvidas, mas, ao entrar no quarto e vê-la arrumando a mala, ficou completamente anestesiado.
Isabel, apenas olhou para ele com ar de desculpa, deu um beijo na filha, que ficou chorando, sem entender o que acontecia naquele momento. Já que resolvera tomar aquela decisão, quis ir o quanto antes se encontrar com seu amante.
Roberto acompanhou-a com o olhar entristecido e com a filha no colo, até vê-la entrar no táxi e ir embora. Atônito, tentou consolar a menina, dizendo que a mãe voltaria logo. Na hora de dormir, ele achou uma carta, onde a esposa pedia perdão  pela escolha que fizera.
Enquanto isso, Isabel encontrou Marcos num hotel próximo à rodoviária.  No dia seguinte, tomaram o ônibus no horário previsto.  Abraçados, trocando juras de amor, seguiram viagem.
Isabel deixou para trás um casamento sólido e a filha e partiu rumo ao desconhecido. Trocou a família por uma paixão inebriante.
Será que um dia, Deus a perdoaria? Será que ela não se arrependeria daquela escolha? 
Será que a filha a compreenderia, quando tivesse idade para entender a sua decisão?
Somente o tempo traria as respostas para essas perguntas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Inocência?




Eu estava sozinha em casa, me preparando para dormir, quando tocou a campainha. Fiquei preocupada, quem seria àquela hora da noite? Corri atender! Era minha amiga, Isabela, que estava aos prantos. Chorava muito!! Depois de algum tempo consegui acalmá-la.
- O que aconteceu minha amiga? Qual o motivo desse choro?
Enquanto minha amiga relatava os fatos, eu ouvia com muita atenção.
- Cintia, não sei o que fazer, qual atitude tomar. Preciso muito do seu apoio. Fui pega em flagrante por meu pai, quando estava no meu quarto, conversando pela webcam, com um pretendente mais velho.
-  Quem é ele, amiga? De onde ele é? Qual o nome dele? Vocês já marcaram algum encontro?
- Nem imagino quem seja, pois, ele não abre a câmera. Sei seu nome, Raul, e a sua idade, cinquenta e três anos. Ele gosta de me ver nua e era assim que eu estava, quando meu pai entrou no quarto. Que vergonha! E agora?
Pedi a ela que mantivesse a calma, que tudo iria se resolver. Isabela se abriu, contando tudo o que já havia acontecido nesse relacionamento virtual. Fiquei surpresa com sua história. Por ser uma menina de apenas quatorze anos de idade, ela tinha experiências que jamais imaginei. 
Pensei em como poderia ajudá-la, sem falar de casos isolados e minoritários, que apenas se destacaram porque deram certo. Àqueles que cheguei a acompanhar através da mídia. 
Precisava ajudá-la, apenas isso! Não podia virar as costas para o caso e simplesmente esquecê-lo.
Fiz uma busca pela internet e constatei inúmeros casos, onde relacionamentos de adolescentes com homens mais velhos, acabavam sempre em tragédia. Minha preocupação aumentou, uma adolescente perdendo oportunidades! 
Mais uma vez, pedi a Isabela que ficasse tranquila, eu iria conversar com seu pai a respeito, minha interferência, nesse caso, seria importante.
Eu era amiga da família, de longa data, e tinha essa liberdade. Fiz o prometido e fui conversar com seu pai. Expliquei tudo sobre o acontecido, que infelizmente, a internet traz coisas boas, mas, também, coisas ruins. 
Ele entendeu e ficou de ter uma conversa com a filha. Fiquei feliz por ele ter compreendido e de se comprometer a tomar as devidas providências.
Dois meses depois, dos fatos ocorridos, tive a curiosidade de entrar num site de relacionamentos para ver e constatar a facilidade de manter contato com alguém através da internet. Acessei o site indicado pela Isabela. Usei um nome fictício e a foto de uma flor. Era um site conhecido e bem divulgado. Nem bem entrei e já havia um pretendente que se apresentou com o nome de Raul.
Fiquei interessada, pois, era um coroa bonito na foto, com a descrição de uma pessoa bem sucedida. Embarquei nessa ilusão e me aprofundei na história. Palavras apaixonantes e muitos elogios. Nossa, tudo o que uma mulher gosta e quer ouvir.
Raul já estava me envolvendo de tal forma, que mal esperava para podermos conversar. Só que um fato foi me deixando desconfiada. Toda vez que ele me chamava na webcam, aparecia  sentado numa escrivaninha de escritório. A imagem não se movia. Ele pedia para me ver, exatamente como fazia com a Isabela. Foi aí que dei corda para o papo, para elogios ainda mais quentes.
Resolvi marcar um encontro, para que eu pudesse conhecê-lo pessoalmente. Tudo combinado, acertamos o lugar, para que não corrêssemos o risco de sermos vistos por ninguém.
Chegou o grande dia. Me arrumei e fui ao encontro. Enviei uma mensagem me descrevendo, como estava vestida e vice versa. 
Para minha grande surpresa quando cheguei ao local combinado, levei um susto!
Aproximei-me para ter certeza e o chamei pelo nome. Quando ele virou,  quase tive um desmaio. Aquele homem, que estava me cortejando através da internet e que estava iludindo a Isabela, era simplesmente seu tio Joaquim.
Ele ficou sem ação. O susto e a surpresa foram grandes para ele também. Tentou se desculpar de todas as formas. Ele não imaginava que a Isabela tinha me contado sobre o caso dela e nem que seu cunhado sabia de toda a história.
Nessa vida temos muitas surpresas. Esta é a realidade e não podemos colorir um fato que é real. Meninas, moças e até mesmo mulheres maduras, devem tomar cuidado para não se iludirem com uma cantada virtual. 
Quem está por trás da câmera?

Colaboração de L.T.A.







quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Amizade sincera



Era uma vez, num passado bem distante, numa rua de terra batida, duas meninas, a tia e a sobrinha que se davam muito bem. A tia era um ano e oito meses mais velha e eram grandes companheiras nas brincadeiras. Pareciam duas irmãs, inseparáveis. Quando não estavam brincando, com as outras crianças da vizinhança, brincavam sozinhas. 
Tempo bom, da família reunida na cozinha de fogão à lenha, nas noites frias de inverno! Ouvir músicas cantadas e tocadas pelo casal de irmãos e histórias do avô eram os melhores passatempos. Tudo era motivo de alegria. 
A brincadeira favorita das duas, Lia e Mara, era brincar de casinha. Certo dia, elas resolveram fazer o batizado de uma boneca que era a "filha" da Mara. Aprontaram tudo no quintal e realizaram o batismo como se fosse real. Levaram tão a sério que começaram a se tratar como comadres. Como a palavra comadre era grande, para aquelas duas menininhas, tiraram a primeira sílaba da palavra. Desde então, era “madre” Lia para lá e “madre” Mara para cá.
Como era bom ser criança, brincar sem culpa de estar errando, sentindo a felicidade do momento vivido!
Tudo corria às mil maravilhas, até o dia em que a boneca morreu. Sim, a pobrezinha da boneca, "filha" da Mara, fechou os olhos para sempre e as comadres quiseram fazer o enterro. Lia pegou uma foice, uma ferramenta, que não sabem como, os pais deixaram ao alcance delas. Um grande descuido, pois, ao usar a foice para cavar o buraco onde enterrariam a boneca, Lia quase decepou um dedo da sua madre Mara.
Para sorte delas, Mara foi socorrida pelo pai que acabara de chegar do trabalho. Depois de medicada, curativo feito, continuou a brincar. Nada as abalava, nem mesmo a quase perda de um dedo.
Quando a madrinha da Lia pediu para ela escolher, entre um par de brincos e uma boneca, ela não pensou duas vezes. Escolheu a boneca, pois, seu pai não tinha condições de comprar brinquedos.
Naquela época, a imaginação corria solta, uma árvore se transformava num prédio e cada galho era um apartamento. As brincadeiras de roda, na rua, reuniam a criançada, as moças e até mesmo a mãe da Mara, irmã da Lia, que era uma jovem senhora.
Eram tantas brincadeiras, jogo de pedrinhas, telefone sem fio, gosta desse, pular corda, entre outras. E os banhos no rio, como eram bons!
Não faltavam, também, as peças de teatro que encenavam na área da casa, com direito a pipoca e tudo; fora os parques e circos que apareciam sempre na pequena cidade.
A amizade entre as duas era feita de muita cumplicidade, amor e momentos inesquecíveis. Uma era confidente da outra. Quando Lia começou a paquerar, Mara segurava vela.
Frequentavam os bailinhos de garagem, carnaval, onde improvisavam as fantasias e iam juntas à escola. Sempre unidas! Gostavam de andar na garupa da bicicleta com os amigos da rua e os primos.
Mas, um dia, Mara começou a namorar, ficou noiva e acabou engravidando. Deu a luz a uma menina linda! 
Tornou-se mãe, muito jovem, e como num passe de mágica estava vivendo a brincadeira de casinha na vida real. Momentos de alegria que só a maternidade poderia oferecer. Sua vida tomou um novo rumo.
Lia namorava e depois de algum tempo se casou. Como o destino das duas já estava traçado, ela e o marido batizaram a filha da Mara. 
Um dia especial na vida de ambas, pois além do laço de sangue que as unia, se tornaram comadres como nos tempos de criança. Felicidade completa!  
A amizade entre elas sempre foi de muita simplicidade, no jeito carinhoso de se respeitarem. Um amor sincero que só deu bons exemplos. 
Ainda hoje, quando se encontram é só alegria, risos e mais risos. Vivem uma história de amor, brincadeiras e emoções fortes. Fazem tudo valer a pena.


Colaboração de L.T.A.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Feliz recomeço!




Muitas mulheres têm uma vida sofrida e com Elenice não foi diferente. 
Moça simples, trabalhadeira e humilde, sempre ajudou a mãe nas tarefas da casa e a cuidar dos irmãos. Ainda encontrava tempo para ajudar o pai na roça. Cursou apenas o primário, porque, o pai achava que filha mulher não precisava estudar muito. Depois de casada, cuidaria do marido, da casa e dos filhos.
Suas amigas eram as suas irmãs. Quando completou dezoito anos foi apresentada ao filho de um conhecido do pai, que frequentava o mesmo bar que ele. Era o primeiro contato que tinha com um moço, além primos.
Esse rapaz era caminhoneiro e sempre que passava pela cidade, ficava uns dias na casa dos pais. Elenice era uma moça caseira e talvez por isso nunca tinha visto-o pelas redondezas. Sérgio era bonito e sedutor e ela, muito tímida e ingênua. Foi muito fácil seduzi-la. Logo, Elenice acabou morrendo de amores por ele.
Poucos meses depois já estavam casados. Casaram somente no civil e os pais da noiva, seu José e dona Tereza ofereceram um almoço aos padrinhos do casal e aos pais do Sérgio.
No primeiro ano de casados, eles moraram numa casa que havia nos fundos da casa dos pais dele, seu Pedro e dona Maria. Para Elenice foi bom, assim ela não se sentia sozinha, enquanto Sérgio estava viajando. Um ano depois, nasceu a primeira filha.
Quando a criança estava com três anos de idade, Sérgio comprou uma casa num outro bairro, porque, a casa onde moravam tornou-se pequena para a família. Elenice começou a frequentar a igreja que havia nas proximidades. Ela ia com a filha sempre que podia. 
Quando Sérgio estava em casa não a deixava ir. Queria atenção exclusiva para si. Começou a sentir ciúme do carinho que Elenice dedicava à filha. No começo, ela pensava que era porque ele ficava dias sem aparecer em casa. Então, para fazer os gostos dele e dedicar-lhe mais atenção, ela começou a deixar a filha na casa dos pais, quando Sérgio voltava das viagens.
E assim foram levando a vida até que, cinco anos depois, nasceu a segunda filha. A mais velha, quis morar com os avós, porque, se sentia excluída. Ela percebia que a mãe sentia-se dividida entre as filhas e o marido. Na verdade, ela recebia mais carinho do avô; o pai raramente dava-lhe atenção.
Para Elenice, a rotina era sempre a mesma. Ela cuidava da filha, da casa e ia à igreja, quando Sérgio não estava em casa. Procurava fazer tudo para não criar confusão.
Quando ele voltava, a sua vida se transformava. Ele era autoritário, egoísta e ciumento. Nada de igreja e nem de atenção demorada à filha. Ele nem sequer perguntava sobre a filha mais velha. Elenice fazia as suas vontades e não se queixava com os pais e nem com os sogros.
Ela começou a desconfiar que ele tinha outra mulher, desde o dia em que achou um batom no caminhão. Ele pediu para ela pegar a roupa suja que estava na cabine, pois, estava muito cansado naquele dia. Não se deu conta, de que, o batom da amante caíra da bolsa dela. Elenice conseguiu manter o controle e não comentou nada com ele. Mesmo porque, provavelmente ele inventaria uma desculpa. 
Continuou aguentando firme e o único lugar aonde ia, além da casa dos pais e dos sogros era à igreja. Mas, quando ele estava, era sempre um tormento. Numa das vezes, quando voltou para casa com a filha pequena, ele havia chegado bêbado e não deixou as duas entrarem. Elenice foi com a menina para a casa dos pais e contou uma mentira, teve vergonha de falar o que havia acontecido.
No final da tarde, Sérgio foi buscá-las e quando se aproximou da filha mais velha, ela virou a cara para ele. E assim, Elenice foi vivendo, sempre submissa e tolerante. Apesar de tudo, o marido nunca havia levantado a mão para bater nela.
Quando a filha mais nova completou seis anos, ela pediu a separação. No início, Sérgio ficou nervoso e disse que não aceitaria. Elenice, dessa vez foi firme, dizendo que sairia de casa de qualquer jeito. Estava cansada! Contou que sabia sobre a sua amante e que contaria aos pais e aos sogros.
Sérgio ficou admirado com a mudança da esposa, nem parecia mais a mesma pessoa. Sua Elenice jamais levantou a voz para ele. Fazia todas as suas vontades, até deixara de ir à igreja para não contrariá-lo.
O que ele não sabia era que ela havia se cansado daquela vida medíocre. Ela não tinha amigas, não saía de casa para nada, a não ser visitar os pais e a filha que deixara ao cuidado deles. Tinha duas irmãs mais velhas, mas quase não se viam. Para ele, a vida era boa, viajava sempre a trabalho e quando não estava com a amante, dava uma passada em casa e queria ser paparicado. Às vezes, saía com os amigos e passava a noite bebendo.
Elenice arrumou as coisas dela e da filha e foi para a casa dos pais. Tinha feito planos de alugar uma casa e levar a filha mais velha, que já era uma adolescente, para morar junto. Sérgio, sem saída, acabou concordando com a separação. Colocou a casa a venda e dividiu o dinheiro com ela. Foi morar com a amante.
Para Elenice começou uma nova vida. Ela comprou uma casa perto dos pais e se mudou com as duas filhas. Conseguiu um emprego numa casa de família e voltou a frequentar a igreja. Perdeu a mãe que amanheceu morta, numa certa manhã, e no tempo livre cuidava do seu pai.
Durante doze anos a sua vida não saiu dessa rotina. Ela estava tranquila e feliz. O dinheiro que ganhava era pouco, mas ela fazia alguns trabalhos extras para ajudar no orçamento. Vendia lingeries  e cosméticos.
Nesse meio tempo suas filhas casaram-se, formaram suas famílias e ela continuou cuidando do pai que já tinha uma certa idade. Era uma mulher batalhadora e o único lugar que ia aos domingos era à igreja. Raramente visitava as filhas, porque não tinha muito tempo.
Depois que o pai faleceu, ela conheceu um viúvo, amigo do seu patrão e começaram a se entender. Clodoaldo tinha dois filhos casados e morava no sítio, onde plantava palmito. Elenice pediu a conta na casa onde trabalhava há muitos anos e se casou com Clodoaldo. Vendeu a sua casa e foi morar com ele no sítio. Usou o dinheiro que tinha na poupança para se associar ao marido. Seria para ela um novo recomeço. Estava apostando na felicidade.
Juntos, ampliaram a casa do sítio e compraram mais um terreno para aumentar a plantação. Clodoaldo era um homem muito bom, diferente de Sérgio. Era carinhoso, cuidava bem dela e era atencioso com as enteadas. 
Aos domingos iam juntos à igreja. Ele tinha um jipe e após a missa saíam para passear na casa das filhas dela ou para conhecer novos lugares.
Elenice, enfim, conheceu o amor verdadeiro e sincero.