Vou começar este texto com uma pergunta. Será que existe amizade, entre um homem e uma mulher, sem interesse? Antigamente, acreditava-se que quando um homem (menino ou rapaz), se interessava por uma mulher (menina ou moça), ele queria algo mais que uma simples amizade.
Mas, Clara, a minha protagonista, teve na infância um amigo que foi seu companheiro de muitas brincadeiras. Entraram na escola juntos e na adolescência trocaram confidências. Eram muito apegados. As mães eram amigas e vizinhas.
Quando Clara começou a namorar, acabou se distanciando um pouco do seu amigo, sem esquecê-lo. Mesmo tendo algumas amigas, era nele que pensava como melhor amigo e quando o encontrava, aproveitavam para colocar o assunto em dia.
E assim, mantiveram uma bela e desinteressada amizade ao longo do tempo. Ela se casou e ele, também. Já não era mais como antes, um não frequentava a casa do outro, só conversavam quando se encontravam, por acaso, na rua. Mesmo assim, o laço que os unira, um dia, permaneceu.
Muitos anos depois, Clara conheceu outro amigo, um homem casado, que mostrou a ela que era possível existir amizade entre um homem e uma mulher.
No início, ela chegou a ficar preocupada, pensando que ele sentia por ela um amor platônico. Ele enviava-lhe cartão em todas as datas, dia das mães, páscoa, dia do amigo, natal, ano novo, etc. Junto com o cartão sempre tinha um poema ou uma carta falando sobre amizade. Como ele era muito religioso, presenteava-a com medalhas e terços. Ela retribuía, apenas, no aniversário e natal.
No início, ela chegou a ficar preocupada, pensando que ele sentia por ela um amor platônico. Ele enviava-lhe cartão em todas as datas, dia das mães, páscoa, dia do amigo, natal, ano novo, etc. Junto com o cartão sempre tinha um poema ou uma carta falando sobre amizade. Como ele era muito religioso, presenteava-a com medalhas e terços. Ela retribuía, apenas, no aniversário e natal.
As famílias ficaram amigas. Ele lembrou até mesmo do aniversário de vinte e cinco anos da Clara. Ela e o esposo ficaram de retribuir o gesto tão simpático, porém, infelizmente, não tiveram a oportunidade.
Esse amigo ficou muito doente e acabou falecendo. A tristeza pairou sobre as duas famílias e em todas as pessoas que o conheciam.
Clara guardou todos os cartões, poemas e lembrancinhas que havia recebido dele. Esses objetos eram símbolos de uma amizade que foi verdadeira, enquanto durou.
Clara guardou todos os cartões, poemas e lembrancinhas que havia recebido dele. Esses objetos eram símbolos de uma amizade que foi verdadeira, enquanto durou.
Através desses dois amigos queridos, ela conheceu o valor da amizade. Clara sabia que o respeito havia sido a base desses relacionamentos.
Para ela, a importância de ter tido um amigo, na infância, que lhe trazia boas lembranças, sempre foi muito bom. Melhor ainda por saber que esse sentimento permaneceu ao longo do tempo.
Para ela, a importância de ter tido um amigo, na infância, que lhe trazia boas lembranças, sempre foi muito bom. Melhor ainda por saber que esse sentimento permaneceu ao longo do tempo.
Quanto ao outro, que se fora precocemente, ficara a alegria e o privilégio de tê-lo conhecido. E permanecera o laço que unira as famílias.
P.S: Um dos poemas que recebera do segundo amigo, durante os poucos anos de convivência:
"Poema de amigo aprendiz" (autor desconhecido)
QUERO SER O TEU AMIGO,
NEM DEMAIS E NEM DE MENOS,
NEM TÃO LONGE NEM TÃO PERTO,
NA MEDIDA MAIS PRECISA QUE EU PUDER.
MAS AMAR-TE, SE, MEDIDA,
E FICAR NA TUA VIDA
DA MANEIRA MAIS DISCRETA QUE EU SOUBER.
SEM TIRAR-TE A LIBERDADE,
SEM JAMAIS TE SUFOCAR,
SEM FORÇAR TUA VONTADE,
SEM FALAR QUANDO FOR HORA DE ME CALAR,
E SEM CALAR, QUANDO FOR HORA DE FALAR.
NEM AUSENTE NEM PRESENTE POR DEMAIS,
SIMPLESMENTE, CALMAMENTE, SER-TE PAZ...
Na sua opinião, é possível existir amizade entre um homem e uma mulher?
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