Apesar da sua aparente tranquilidade durante aquele tempo, ele perdera noites de sono pensando naquela noite fatídica.
Será que quando ele contasse a sua versão a policia acreditaria nele? No
fundo ele era apenas um curioso que entrara naquela casa para ver o que
acontecia lá dentro. Durante muito tempo ele esperou ser um dos
convidados.
Para seu azar bem na hora que chegou, o tiro foi disparado. Ele deu meia
volta e saiu pelo mesmo lugar por onde entrara. Não viu nada. Porém,
depois que achou a arma no seu congelador, teve a certeza de que foi
visto pelo assassino.
Por isso resolveu abandonar sua casa. Ficou tão apavorado que nem pensou
em se livrar da arma. O pior que quando abriu o pacote suas digitais
ficaram lá. Era a sua palavra contras as evidências.
Seu Joaquim com toda sua humildade deu seu depoimento.- Naquela noite entrei lá para ver o que estava acontecendo lá. A porta da cozinha estava encostada, entrei e estava subindo a escada seguindo o barulho que vinha de cima, quando ouvi um estrondo. Não esperava ouvir um tiro bem naquela hora, dei meia volta e fui embora. Ontem, quando abri a geladeira encontrei um pacote e descobri dentro dele um revólver. Fiquei desesperado e resolvi fugir. Se a arma fosse minha não deixaria a vista.
Enquanto seu Joaquim ficou detido para averiguação, o casal que havia sido preso por tráfico de drogas, continuava preso e os filhos foram para a casa dos avós. Os demais envolvidos continuavam sendo investigados.
A versão do seu Joaquim fazia sentido, se ele fosse o culpado porque ficaria com a arma? Ele deveria ter se desfeito dela. Parecia que alguém estava querendo incriminá-lo. E ele foi tão ingênuo que nem teve a ideia de sumir com a arma antes de fugir de casa.
Quando d. Lúcia soube do ocorrido, ela tinha um conhecido que trabalhava na delegacia, ficou em pânico. Se seu Joaquim tivesse falado a verdade, o assassino continuava impune. Seria um dos convidados?
A única impressão que encontraram na arma foi do seu Joaquim. Se o assassino era outra pessoa, era alguém muito esperto. Devia ter usado luvas.
A polícia descobriu que a arma pertencia ao seu Antônio, comerciante d bairro, marido da d. Gertrudes, a primeira moradora que fizera uma denúncia anônima do barulho que não deixava ninguém dormir. A arma havia sido roubada um mês antes daquele crime, conforme constava no B.O.
Na época do roubo da arma seu Joaquim estivera internado com uma forte pneumonia. Se bem que seu Antônio não pode afirmar com exatidão o dia do roubo. Só descobriu que o revólver não estava no lugar onde guardava, no dia que foi guardar um outro objeto.
Dona Lúcia sabendo das últimas notícias voltou a prestar atenção nos moradores mais próximos. Será que ela se precipitou quando acusou seu Joaquim? Ele parecia ser um bom homem, apesar do jeito esquisito. Era um homem de poucas palavras.
Quem teria disparado aquele tiro? E o jovem assassinado, quem era, afinal? A polícia passou a investigar o tal jovem, Roberto, e descobriu que ele teve um caso com a filha da d. Gertrudes. Eloísa, filha única do casal estava internada numa clínica de reabilitação. Uma moça estudiosa, inteligente e bonita. Depois que se envolveu com Roberto, passou a ser usuária de droga e abandonou a faculdade.
Chegava em casa de madrugada, toda desleixada e tratava mal os pais. Dormia durante o dia e a noite saía sem dizer aonde ia. Muitas vezes nem voltava para casa. Os pais saiam a sua procura e a encontravam dormindo na praça com alguns amigos.
Os pais só ficaram sabendo do envolvimento dela com o Roberto no dia que a internaram. Ela pediu para a mãe entregar uma carta a ele. Contou que saia sempre com ele, que conhecera-o na saída da faculdade. Queria que o Roberto soubesse que ela ficaria um tempo afastada e quando voltasse iria procurá-lo.
- Eloísa, minha filha, você ainda quer que eu vá procurar esse delinquente? Pelo jeito foi ele que desgraçou a sua vida.
- Por favor, mãe, o endereço está aí no envelope, é só você entregar a carta. Não precisa falar com ele.
- Você não é mais a mesma moça, parece um zumbi. Onde estão suas amigas? Agora só anda com aquela gente esquisita. Eu e seu pai nem sabíamos que você estava namorando esse rapaz.
Daquele dia em diante d. Gertrudes e seu Antônio, viviam cabisbaixos, desiludidos da vida. A filha amada que tinha um futuro brilhante se tornara uma desconhecida. Se apaixonara por alguém que a destruíra.
O ódio foi se infiltrando no coração daquela mãe. O pai não demonstrava seus sentimentos, passava o dia trabalhando na mercearia e a noite mal falava com a esposa.
O que uma mãe desesperada é capaz de fazer? Será que d. Gertrudes matou aquele jovem por vingança e escondeu arma na casa do seu Joaquim?
Como ela sabia que Roberto estava naquela festa? E como ela entrou naquela casa sem ser vista?
Dúvidas e mais dúvidas! Quantas perguntas sem respostas! A polícia desvendará esse mistério?
Não deixe de acompanhar a história, agora também, no Wattpad. Lá ela está na sequência.
Capítulo 1 - (Festas todas as noites);
Capítulo 2 - (Um tiro na madrugada);
Capítulo 3 - (A arma encontrada);
Capítulo 4 - (Uma nova suspeita).
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Obrigada pela visita! Uma ótima e abençoada semana a você e sua família!
Beijos,
Cidália